Bem vindo À Holanda

domingo, 31 de janeiro de 2010
Freqüentemente me pedem para descrever a experiência de dar à luz uma criança portadora de necessidades especiais.
Eu diria assim:
Ter um bebê é como planejar uma fabulosa viagem de férias para a Itália.
Você compra um monte de guias e faz planos maravilhosos: o Coliseu, o Davi de Michelangelo, as gôndolas em Veneza... 
Você até aprende algumas frases em italiano. É tudo muito excitante.
Após meses de antecipação, finalmente chega o grande dia.
Você arruma as malas e embarca. Algumas horas depois, você aterrisa. O comissário de bordo chega e diz: “Bem-vindo à Holanda!”.
Holanda? - diz você. O que quer dizer com Holanda? Eu escolhi a Itália! Eu devia ter chegado à Itália. Toda a minha vida eu quis conhecer a Itália!
Mas houve uma mudança no plano de vôo. 
Eles aterrisaram na Holanda e é lá que você deve ficar. 
O mais importante é que eles não levaram você para um lugar horrível e desagradável, com sujeira, fome e doença. 
É apenas um lugar diferente.
Você precisa sair e comprar outros guias.
Deve aprender uma nova língua e irá encontrar pessoas que jamais imaginara.
É apenas um lugar diferente. 
É mais baixo e menos ensolarado que a Itália.
Mas, após alguns minutos, você pode respirar fundo e olhar ao redor.
Começa a notar que a Holanda tem moinhos de vento, tulipas e até Rembrandt e Van Gogh.
Mas, todos os que você conhece estão indo e vindo da Itália, comentando a temporada maravilhosa que passaram lá.
Por toda a sua vida você dirá: Sim, era onde eu deveria estar.
Era tudo o que eu havia planejado.
A dor que isso causa, nunca, nunca irá embora, porque a perda desse sonho é uma perda extremamente significativa.
No entanto, 
se passar toda a vida remoendo o fato de não ter chegado à Itália, 
nunca você estará livre para apreciar as coisas belas e muito especiais existentes na Holanda.
Emily Perl Knisle
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A FANTÁSTICA HISTÓRIA DAS VALVULAS DE HIDROCEFALIA

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Em 1955, após sete anos de tentativas, nasceu o primeiro filho de John e Mary Holter. O nascimento de Casey Holter virou de cabeça para baixo a vida de John Holter e mudou o curso da história da medicina.

Infelizmente, Casey sofria de espinha bifida, uma condição na qual a coluna vertebral não se forma completamente e pode ter malformações muito perigosas.

O problema de Casey também estava causando hidrocefalia, um perigoso acúmulo de líquido céfalo-raquidiano (líquor) no cérebro. Esse líquido é produzido pelos plexos coróides das meninges e normalmente atua como um coxim líquido, protetor do cérebro e da medula. Ele normalmente circula pelo sistema nervoso e depois é drenado para a corrente circulatória.

Se o sistema de drenagem for bloqueado, entretanto, o líquido céfalo-raquidiano pode se acumular, distorcer e lesar o cérebro, causando até mesmo a morte.

Em 1955, a única coisa que mantinha Casey vivo era um procedimento, feito duas vezes ao dia, no qual uma agulha era inserida na fontanela, uma área mole da cabeça do bebê, e o excesso de fluido era removido com uma seringa para reduzir a pressão.

Casey foi, então, operado pelo neurocirurgião Eugene Spitz para inserir uma válvula de bola e mola que, em princípio, permitiria a drenagem do líquor para a corrente sangüínea, sem permitir que elementos perigosos do sangue refluíssem para o sistema nervoso central.

Infelizmente, a válvula era muito rudimentar, e, quando inserida, irritou o coração de Casey produzindo um ataque cardíaco e lesão cerebral permanente.

John Holtz, então trabalhando como técnico em hidráulica numa fábrica, pediu a Eugene Spitz os detalhes da cirurgia. Ele ficou surpreso com o fato de que o problema, que parecia uma simples questão de hidráulica, ainda não tivesse sido resolvido.
Ele havia notado que, quando as enfermeiras perfuravam certos tubos de medicação com agulhas, não ocorriam refluxos de líquido pois os furos eram à prova de vazamento a baixas pressões. Mas, como nos bicos das mamadeiras, quando a pressão era alta o suficiente, os furos se abriam e permitiam a passagem do líquido. Uma válvula perfeita para permitir a drenagem do líquor com o aumento da pressão, sem deixar ocorrer nenhum refluxo!

Holter foi para casa, sentou-se na sua oficina e construiu a primeira versão da válvula naquela noite mesmo. Ela era feita a partir de um condom e tubos de plástico, mas funcionava.

Entretanto, Spitz observou que a válvula deveria ser construída com material inerte para o organismo, para evitar que ocorresse o mesmo problema que havia lesado o cérebro de Casey.

Holter entrou em contato com a Dow Chemical e foi aconselhado a utilizar silicone, um material novo na época.

Holter criou uma versão utilizável dentro de poucos meses. Tão rápido, na verdade, que o seu filho não pôde utilizá-la pois ainda não havia se recuperado da primeira cirurgia.

A válvula foi então instalada com sucesso em outra criança, e em 1956 Casey também recebeu uma, que curou a sua hidrocefalia. Infelizmente, o cérebro de Casey já estava irremediavelmente lesado e ele morreu cinco anos após, durante uma crise convulsiva.

O legado de Casey é usado até hoje, e a invenção de Holter é conhecida como "shunt de Spitz-Holter".

Holter passou o resto da sua vida desenvolvendo válvulas para uso na medicina e faleceu em 2003, após salvar a vida de milhares de crianças que padeciam do mesmo mal que o seu filho.

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HIDROCEFALIA: O que é


Conhecida desde os primórdios da humanidade, vulgarmente chamada de cabeça d'água,
a Hidrocefalia caracteriza-se pela acumulação de líquido cefalorraquidiano (LCR) no crânio em que este passa pelo cérebro através de canais até ser absorvido pelo sistema sanguíneo. Existe ainda uma parte do líquido que circula ao longo da medula espinal. A acumulação de LCR no interior da cavidade craniana dá-se quando existe uma obstrução à drenagem do líquido para o sistema sanguíneo. A hidrocefalia pode resultar do excesso de produção de LCR ou quando é impedida a sua circulação ou absorção.
Estima-se que a cada ano 1 a cada 500 crianças nasçam com hidrocefalia. 

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